Não existe hora certa para começar uma terapia de casal. O fundamental é
reconhecer a insatisfação e evitar que as crises se tornem crônicas.
"Se os problemas se arrastam há muito tempo, a taxa de sucesso diminui",
diz Ailton Amélio da Silva, professor do Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo (USP), autor de Relacionamento Amoroso: Como Encontrar sua Metade Ideal e Cuidar Dela
(Publifolha). Na opinião dele, muitos casais adiam por causa da
resistência dos homens - vários têm preconceito e não pensam em
consultar terceiros. Quem procura deve saber que o objetivo do
tratamento não é evitar o divórcio: "A proposta é ajudar o casal a
encontrar uma forma harmônica de se relacionar, mas não há mágica",
explica Margarete Volpi, psicoterapeuta familiar e de casal
especializada em sexualidade. Portanto, assim como existe a
possibilidade de um salto qualitativo no relacionamento, nada impede que
os envolvidos cheguem à conclusão de que serão mais felizes separados.
Nesse caso, mesmo que a dor seja inevitável, é provável que o fim se
mostre menos traumático, pois ambos puderam se expressar e refletir
antes.
Quais as questões mais comuns no consultório? "Uns sofrem de tédio,
outros estão cansados de tanta briga", revela Ailton. Para ele, "a
briga, em si, não é ruim. A forma de brigar é que importa. Se há
desrespeito, os envolvidos mal se ouvem e só querem atacar o outro, aí,
sim, a briga é destrutiva e não leva a nada", alerta. As questões da
comunicação e da sexualidade podem entrar em pauta e as fases de mudança
- como a chegada dos filhos - testam os casais. "Muitas mulheres
reclamam que o marido não assume responsabilidades com a casa e as
crianças. Quando faz a parte dele, a relação melhora", diz o terapeuta. A
infidelidade conjugal também leva muita gente ao consultório. Margarete
conta que, certa vez, atendeu um casal que se dava muito bem na cama e
fora dela até ambos descobrirem que já tinham sidos traídos pelo
parceiro. Numa situação dessas, não cabe ao terapeuta impor uma "atitude
certa" aos pacientes, e sim criar condições para que eles definam os
próprios desejos e refaçam contratos. Segundo Margarete, custo e prazo
da terapia variam muito, mas a média é de seis meses, com sessões
semanais. Na capital paulista, o preço médio vai de 200 a 300 reais por
sessão.
Fonte: http://claudia.abril.com.br/materia/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-terapia-de-casal-3930/?p=/amor-e-sexo/relacionamentos
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