Você morre de vergonha de levantar a mão e fazer uma pergunta em sala de
aula? Odeia ter de apresentar os resultados da empresa numa reunião da
diretoria? Quando vai a uma festa, fica num canto e evita falar com
desconhecidos? Na rua, abaixa os olhos ao passar por estranhos? Será que
você é apenas tímido ou tem uma tremenda dificuldade de se relacionar e
de se expor na frente dos outros? Como saber quando a timidez passa do
ponto?
Um dos limites claros da timidez excessiva é uma condição conhecida
como fobia social. Em casos extremos, a pessoa pode até passar mal numa
situação em que se sente exposta ou avaliada publicamente. Para ela, dar
uma aula, se manifestar numa reunião e até mesmo assinar um simples
talão de cheque ou teclar a senha do cartão na frente de desconhecidos
pode ser um verdadeiro martírio.
Sensações e sintomas como medo de errar, perda de controle,
taquicardia, tremores, transpiração excessiva, tosse, falta de ar,
tontura, enjoo, vômitos e até desmaios podem acontecer. Tudo isso é
resultado de uma crise de ansiedade, desencadeada por uma resposta
desproporcional diante de uma ameaça imaginária. É como se alguém se
sentisse julgado ou criticado o tempo todo. Uma espécie de fantasia de
que é uma farsa que será descoberta a qualquer momento. Como resultado, o
fóbico social pode passar a evitar situações em que sabe que se sentirá
exposto.
Não é incomum que seu desempenho na escola, na faculdade ou no emprego
fique prejudicado, que ele evite festas e confraternizações e que deixe
de fazer compras quando não está acompanhado. Essas são algumas de
muitas outras limitações de que o fóbico social sofre.
Na tentativa de controlar ou reduzir a ansiedade, esse tipo de fobia
pode levar ao abuso de álcool, maconha, cigarro ou calmantes. Sintomas
depressivos e outros distúrbios de ansiedade podem, também, estar mais
presentes na vida dos fóbicos sociais.
Em tempos de internet, muitos deles (como também os tímidos) podem
passar horas na frente do computador, usando redes sociais para mediar
seus contatos com os outros. O risco é a vida on-line ganhar o lugar dos
contatos reais, já que a sensação de ser avaliado tende a diminuir do
outro lado da tela.
É importante que pessoas que enfrentam as limitações que a fobia social
impõe à vida procurem a ajuda de psiquiatras ou psicólogos. No
tratamento, pode ser necessário o uso de medicamentos como
antidepressivos, para o controle da ansiedade e de outros sintomas. A
terapia pode modular a resposta à ansiedade, dar maior segurança e
garantir um cotidiano mais tranquilo.
Autor: JAIRO BOUER
Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/jairo-bouer/noticia/2013/11/o-que-fazer-quando-btimidez-vira-doencab.html
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